No dia 14 de novembro de 2021, nosso amado município vai completar 70 anos de emancipação. Guaíra é uma bela cidade, de um centro lindo em estrutura radial. Cidade de solo fértil que conta com uma agricultura forte e moderna. O bioma Mata Atlântica, presente no município, garante uma exuberante biodiversidade. Em nossa fronteira com Paraguai e o estado do Mato Grosso do Sul, passa o rio Paraná, segundo maior rio da América do Sul e oitavo maior rio do planeta.   

Do ponto de vista geográfico, nossa cidade é um importante elo de ligação entre as regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil. Isso porque a ponte Ayrton Senna, sobre o rio Paraná, é a terceira maior ponte do Brasil, uma passagem obrigatória para quem viaja do Sul para o Oeste.

Até os anos de 1980, nosso povo contemplava uma paisagem natural de expressiva beleza, admirada por ser uma das mais belas do mundo: as Sete Quedas do Rio Paraná. Contudo, devido a intervenções tecnocratas, as belas cachoeiras se esvaíram e cederam espaço ao Lago de Itaipu.

Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores poetas brasileiros do século XX, recita esse fatídico de nossa história em seu poema “Adeus às Sete Quedas” em tom de crítica, lamento e despedida:

Sete quedas por nós passaram,
E não soubemos, ah, não soubemos amá-las,
E todas sete foram mortas,
E todas sete somem no ar,
Sete fantasmas, sete crimes
Dos vivos golpeando a vida
Que nunca mais renascerá.

Os moradores que aqui viveram nos tempos das Setes Quedas, saudosamente referem-se as quedas como uma das grandes maravilhas naturais. O escritor e compositor Edson Galvão, morador local, compôs um poema intitulado “Guaíra”, publicado em seu livro “Sete Quedas, Sete Notas de Poemas e Canções” descrevendo:

Nas madrugadas a embalar meus sonhos...

Eu lembro ainda suave melodia

Das cachoeiras, o cantar das águas,

Sublime acorde de uma sinfonia.

[...] As Sete Quedas

Brilhou no universo

Para orgulhar toda sua gente.